A diretora presidente da Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Temóteo, foi moderadora no painel “As cadeias de valor e os desafios estruturais para o transporte de cargas na região”, durante o Fórum Nordeste Export 2022, em Salvador.
O painel teve como apresentadora Ana Paula Calhau, conselheira do Nordeste Export e diretora comercial da Codeba, e os debatedores foram: Claudio Xavier, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Edson Souki, Gerente Geral da Odfjell Terminals/Granel Química, Helano Gomes, diretor Comercial da Ultracargo, Otavio Pimentel, diretor nacional da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação, e João Araújo, advogado tributarista e sócio da Sulog.
Na abertura, Ana Paula Calhau justificou a escolha do tema lembrando que “a maior cadeia de valores é a congregação que estamos vivenciando”, ela detalha: “A participação de mercado do porto organizado com seus arrendatários, operadores portuários, com seus usuários que são importantíssimos. O complexo portuário com seus terminais privados, os entes federativos, os donos de cargas, são a maior cadeia de valor que temos que demonstrar. Essa congregação de atores é a coisa mais importante para demonstrarmos a eficiência da nossa logística”.
Em seguida, Gilmara Temóteo, presidente da Docas PB e moderadora do painel, começou sua participação conceituando o que é Cadeia de Valor, através do pensamento do economista norte-americano Michael Porter, que diz “no mundo corporativo, cadeia de valor é uma estratégia utilizada pelas empresas para ganhar competitividade criando um tipo de valor diferente para o cliente que permita à empresa prosperar e obter uma maior lucratividade.”
Gilmara concluiu sua fala inicial ressaltando que o desafio para a região nordeste é encontrar o equilíbrio entre gestão de custos e melhoramento dos serviços. “Cadeia de valor é um modelo de estruturação desenvolvido por todas as empresas, de qualquer setor. E desenvolver uma cadeia de valor traz desafios. Todos buscamos os dois modelos: cortar gastos e melhorar nossas atividades trazendo diferencial competitivo.”
Claudio Xavier (FIEB) começou o debate falando sobre políticas industriais. “A vantagem competitiva ou a desvantagem competitiva tem se dado muito mais da indústria pra fora do que de fora para dentro.” Xavier destacou a evolução que se deu nos últimos anos, promovendo o desenvolvimento e qualificação da indústria para que ela seja mais competitiva e atrativa para o consumidor.
Sobre a tributação, João Bacelar de Araújo, advogado, pontua: “Não é crível que oneremos a exportação, não é razoável que criemos cadeias integradas que não conversam no sentido da tributação eficiente, e que isso penalize e sobrecarregue o ciclo de logística que tanto precisamos para expandir os horizontes da nossa produção industrial”.
Em seguida, foi a vez de Helano Gomes (Ultracargo), que pontuou: “Quando olhamos para o Nordeste, composto por 9 estados e com uma população relevante, de consumo e de extrema importância para o PIB e para a produção de minérios, de agronegócio, indústria diversificada, faz com que tenhamos uma logística eficiente para que isso se transforme em beneficio para a sociedade civil”.
Edson Souki, falou sobre as soluções e desafios para a região nordeste. “O Nordeste apresenta uma grande diversidade de desenvolvimento. Quando vemos que o crescimento, mesmo com todos os problemas e percalços, tem acontecido e de forma acelerada, vemos a necessidade de escala para competir e a oportunidade de termos essa escala”.
Para fechar o debate, Otavio Pimentel, da Associação Brasileira de Zonas de Processamento de Exportação, falou sobre as ZPEs. “São zonas especiais, um modelo ideal de desenvolvimento para um país, principalmente para regiões menos favorecidas. A ZPE é o instrumento ideal para permitir uma maior integração da cadeia global de valores. Este é o mecanismo ideal para desenvolvimento.”, finalizou.
“O painel cumpriu seu objetivo de debater o tema e, mais do que isso, propor soluções para um Nordeste mais economicamente ativo, cheio de oportunidades e de novos negócios”, avaliou a presidente Gilmara Temóteo.